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Sibylle Schorlemmer: «Valorizo ​​as mulheres da minha imagem com respeito e admiração pela grande força que têm na sociedade»

01 Março 2024 - 08: 00

Sibylle Schorlemmer é uma fotógrafa alemã criada em Altea que viajou pelo mundo com sua câmera analógica nas mãos e cujos trabalhos se concentram em retratar mulheres nos lugares por onde viajou. A profissional explica sua trajetória: “Valorizo ​​as mulheres da minha imagem com respeito e admiração pela grande força que elas têm na sociedade”.

Menos de uma semana antes das 8M, Schorlemmer inaugurou a exposição "Mulheres do Mundo" no Centro de Arte l'Estació em Dénia. Nele você poderá ver a obra de uma vida que já foi exibida em exposições na Alemanha, Espanha e Noruega.

A veia artística está na família. Seu pai, Eberhard Schlotter, era pintor e foi quem educou Sibylle a ver cores, sombras e luz quando viviam na costa do Mediterrâneo (chegaram a Altea em 1956). «Também me inspirei no meu avô por parte de mãe, como ele era arquiteto e tirava fotos de edifícios por volta de 1910, eram fabulosos. Ele me mostrou e eu os admirei”, explica.

Schorlemmer iniciou sua carreira como fotógrafa na década de 70, quando os homens ainda predominavam na profissão. “Naquela época, fotos tiradas por mulheres começaram a aparecer em publicações, mas a maioria ainda era de fotógrafos”, diz ela. O alemão estudou na Escola de Fotografia de Munique e depois trabalhou durante quatro anos como fotógrafo de moda no Lux Foto Studio, em Frankfurt.

“Eu gostaria de ser fotógrafa de moda”, admite ela, mas teve que se mudar porque o homem com quem era casada na época conseguiu uma bolsa para ir para a Inglaterra como cientista. Porém, Sibylle já viajou pelos cinco continentes em diferentes viagens e conseguiu captar a essência da mulher em cada um deles.

Histórias de fotógrafos

Quando Sibylle vê novamente as fotografias que capturou anos atrás, ela sente “grande satisfação pelo que viveu” e muitas delas têm histórias por trás delas.

A fotógrafa lembra uma das que mais a impactaram: «Na minha viagem à Bolívia em 1976 tirei a foto de uma mulher sentada sobre uns trapos vendendo legumes, o pouco que tinha, num mercado. Ele me disse que tinha um filho que queria me dar porque conosco ele teria uma vida melhor. Eu nunca esqueço isso. Na Bolívia, naquele ano, 40% das crianças morreram de tuberculose”, lamenta.

Outras histórias são engraçadas, como a vez em que uma mulher ficou brava quando inesperadamente tirei uma foto dela: “Ela quase jogou o melão que carregava”, confessa Sibylle rindo, embora reconheça que esses momentos a ajudaram a ganhar experiência.

Como você tira uma boa foto?

“Sempre tirei e faço minhas imagens sozinha, não vivo de fotografia e não dependo de ninguém para me dizer como fazer para vender”, explica a profissional sobre seu cargo.

O retrato é o seu principal trabalho, embora a fotógrafa não goste de tirar fotos de si mesma. “Não pareço mal, mas prefiro tirar fotos dos outros”, brinca. Nesse sentido, a profissional diz que é difícil quando uma pessoa pergunta que ela quer ficar bonita, pois ela tenta deixar o mais natural possível.

Para tirar uma foto, o alemão olha nuances como luzes e sombras, perspectivas, materiais, a natureza e o próprio ser humano. As suas imagens costumam aparecer a preto e branco porque, esclarece, “a falta de cor dá um pouco mais de margem de interpretação”.

Fotografia no século 21

A mulher que gostava de usar sua câmera analógica 6x6 não gosta da câmera digital, embora seja a que ela usa agora: “Para o meu gosto, tudo é limpo demais, correto demais”. Ele também está “com medo” de que hoje em dia alguém se considere “especialista” em tirar fotos com o celular e se gabar delas.

Sibylle também percebeu uma mudança na imagem da mulher nos últimos anos, pois, como explica, “nas imagens mais recentes, a mulher é mais orgulhosa e presunçosa, moderna em todos os sentidos, está presente, confiante, forte”.

Diante deste novo mundo, o profissional dá vários conselhos às novas gerações de fotógrafos: entre eles, estudar a história da fotografia desde os primórdios - especialmente os trabalhos de Christina García Rodero e Isabel Muñoz - mas, acima de tudo, "desenvolver preocupações e ser sensível para perceber o ambiente.

2 Comentários
  1. Maria diz:

    Ótimo artigo, muito interessante! Ansiosa para ver a exposição... que é sempre cultura e com a qual há muito o que aprender sobre todas as mulheres. Parabéns!!!!

  2. Martin Martínez Ripoll diz:

    Sibylle é uma grande profissional e uma mulher excepcional, e suas manifestações são visíveis. Eu a conheci quando éramos crianças e ela já era linda. Embora não tenha sido nada fácil, ele herdou a força e a expressividade de seu pai e a beleza de sua mãe. Um grande abraço para ela e parabéns pelo artigo!!


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