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Concha Ballester: sensibilidade e elegância fez música

09 Março 2015 - 00: 00

Começou a tocar piano e logo conheceu o violão, instrumento pelo qual optou quando o professor de piano lhe pediu que cortasse as unhas para que não fizessem barulho ao tocar cada tecla. Ela diz que para ela o violão é uma mulher, um instrumento capaz de transmitir o que você sente, o que você é.

Sua sensibilidade e amor pela música se refletem em cada palavra que ela diz, e isso sem dúvida foi um dos fatores determinantes para o departamento de igualdade da Câmara Municipal de Dénia reconhecê-la no Dia Internacional da Mulher Trabalhadora.

Concha Ballester

Concha Ballester nasceu em 1960 e a música sempre fez parte da sua vida, embora não tivesse nenhum músico profissional entre os seus familiares. Mas ela e seu irmão queriam estudar música e seus pais se esforçaram para que ambos frequentassem as aulas no Conservatório de Alicante.

Seu pai deixou o negócio quando eles tinham aulas na capital da província, e toda a família saiu em procissão por lá. Os filhos para estudar e os pais para passearem até o final das aulas. Embora tenha sido muito difícil conciliar os horários das aulas do Conservatório com os do instituto, os resultados de ambos os irmãos foram muito bons.

Talvez ela estivesse predestinada a dar aulas, porque já nas provas o resultado que saiu foi uma professora de música. Em 1983 começou a trabalhar no Conservatório de Dénia, escola promovida por Agustín Moreno quando Dénia só tinha a Banda de Música como local de aprendizagem musical. Desde então, centenas de alunos com idades entre 8 e 18 anos passaram por suas salas de aula, "meninos musicais" dos quais ela muito se orgulha.

Ele os viu crescer musicalmente, alcançar objetivos pelos quais lutaram juntos e com todos eles criou laços muito especiais necessários para compreendê-los melhor.

Atualmente Concha combina suas intensivas horas de trabalho no Conservatório com sua família - ela é casada e tem uma filha de 27 anos. E claro, com os estudos, aos quais dedica todo o tempo que pode para estar em constante formação.

Estudos que o levam a ampliar seus conhecimentos em áreas que há poucos anos não imaginava como o braille, já que há cinco anos leciona Estefanía, uma estudante cega que tem como paixão a música. Desde o início das aulas, a Concha foi à UMA VEZ para aprender mais sobre Braille e ajudar o aluno o máximo possível.

As aulas com Estefanía são diferentes, pois as partituras, traduzidas pela ONCE, têm que ser memorizadas primeiro e depois expressas. Mas é um trabalho muito gratificante, pois ela pôde comprovar que, para sua aluna, sua vida é música.

Mas, além do Conservatório, sua paixão pela música o levou a liderar projetos culturais interessantes em Dénia, como o Setmana Internacional de la Música, que dirigiu até dois anos atrás, ou o ciclo Dijous al Nàutic, que aconteceu há alguns verões no Real Club Náutico de Dénia. Hoje colabora com o poeta Francisco Cejudo musicando suas criações e realizando recitais de poesia e violão por todo o país.

Ballester Shell Mupi

Concha Ballester gosta do que faz e é por isso que sempre faz o que quer. E ela não considera ter desistido de nada na vida para ser mãe, por exemplo. Foi uma decisão que tomou livremente, como todas as decisões que tomou na sua vida, e pela qual tinha consciência de que deveria abrir mão de outras coisas. Diz a família dele "merece tudo" depois do trabalho, e por isso é a eles que dedica todo o seu tempo.

No ato de reconhecimento, ela se lembrará especialmente de sua mãe, a primeira mulher em sua vida, mas também que ela considera seu padrinho: Joaquín Boscà, promotor do ensino de violão em Dénia.

Como a própria Concha disse, "de todo o trabalho feito, vai sobrar alguma coisa". Hoje ela é homenageada no Plenário da Câmara Municipal pelo Dia Internacional da Mulher Trabalhadora.

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