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Matthieu Saglio: «Músicos e artistas trabalham muito, embora não haja concertos continuamos a compor e a criar»

16 Julho 2021 - 12: 53

Matthieu Saglio é músico e compositor, toca violoncelo desde os 8 anos e a sua paixão pela música começa em Valência, onde vive desde 2000. Um Erasmus levou-o à capital valenciana enquanto estudava agricultura engenharia, mas ele decidiu que a música seria seu estilo de vida. Foi nesta cidade que entrou na indústria e criou o seu primeiro grupo 'Mujeres Texas' com Ricardo Estevia na guitarra e Jesús Gimeno na bateria.

Saglio tem atualmente 103.262 ouvintes mensais na plataforma Spotify e sua música mais conhecida acumula 2.408.977 visualizações. Este mês, o artista embarca numa digressão musical que terá início na cidade de Dénia e que o levará ao Festival Fijazz de Alicante e ao Torrent Jazz Festival. Não são os únicos destinos programados, já que o músico passará por cidades como Maiorca ou Murcia, e por países como sua França natal e Alemanha.

Nesta ocasião, revisamos suas experiências ao longo desses 20 anos no setor, conversamos sobre seu último álbum e, também, sobre seus projetos futuros.

PERGUNTA. Como nasceu sua paixão por um instrumento como o violoncelo?

RESPOSTA Foi uma coincidência. Comecei com 8 anos e, naquela época, queria tocar flauta transversal, mas minhas mãos eram muito pequenas. Tive que esperar um ano para poder tocá-lo ou escolher outro instrumento. Acontece que meus pais gostaram da professora de violoncelo e foi assim que decidi.

P. Você vai começar uma turnê por festivais de Jazz, que energia esse tipo de evento transmite para você?

R. Muito boa. Aqui na Comunidade Valenciana começamos a digressão de verão com várias datas importantes, por exemplo, tocámos em Dénia nos Jardins Torrecremada, também no Festival de Jazz de Alicante, depois no Festival de San Javier e estarei também em Torrent. Eu realmente acredito que festivais com grandes palcos e sons poderosos dão a você a oportunidade de expressar tudo isso. Além disso, todos eles têm uma programação muito invejável e, ao mesmo tempo, muito internacional. Para mim é uma alegria e uma honra que você conte comigo.

P. O que te une para vir atuar em La Marina Alta?

R. Além de ser a área vizinha onde moro, Dénia tem algo de especial. Gravei o vídeo da apresentação do meu álbum «El camino de los vientos» a caminho de Cova Tallada. Eu adoro, é um lugar que gosto muito de ir. As vistas entre o mar e as montanhas parecem-me maravilhosas. É por isso que estou animado para começar a turnê em Dénia, é como uma bela piscadela.

P. O que o inspirou a fazer seu último trabalho?

R. Foi um álbum de resumo. São todas as facetas dos meus projetos ao longo desses 20 anos de carreira. Sem planejar, tenho me envolvido em projetos muito diferentes, desde música clássica, jazz, melodias africanas e árabes. Todos eles estão refletidos no álbum, e também tenho um elenco de convidados perfeitos. Existem artistas de prestígio com quem sonhava trabalhar, também uma série de colegas de outros projectos e, depois, uma parte mais sentimental, já que os meus 3 filhos estão presentes em alguns coros, sem esquecer o meu irmão também.

P. Que outros estilos você gostaria de experimentar?

R. Eu gosto que venha naturalmente. Tudo floresce nos encontros, com a ligação artística e humana. Você se conecta e começa a fazer música. Mesmo assim, há uma coisa que gostaria de fazer em breve: um projeto mais brasileiro. Será uma questão de se inspirar e começar a trabalhar.

P. No Spotify você é um sucesso, como você vive isso?

R. Para mim foi algo maravilhoso. O álbum saiu no ano passado, em total confinamento, quando tudo estava parado e não havia show. Tudo estava muito escuro a nível profissional, era um ambiente hostil. No entanto, era hora de receber boas notícias. Após a publicação deste álbum, houve muitas críticas fantásticas na mídia internacional e, ao mesmo tempo, houve um movimento no Spotify que foi espetacular. No momento, o álbum tem mais de 3 milhões de visualizações. Não me faz sentir como uma estrela, mas te enche de alegria.

P. Você também compõe trilhas sonoras ...

R. Sim, surge conforme você avança. Tive colaborações para dança, teatro e cinema. É um trabalho que gosto muito de fazer porque permite que você faça coisas que você pode fazer no palco. Isso leva a mais arranjos. Além disso, você se inspira um pouco na peça ou nas imagens do filme.

P. Voltando ao tópico da pandemia, que efeitos isso teve em você como artista?

R. Profissionalmente, com relação àquela época, devo dizer que este ano tem sido igual ou pior para os músicos. Tudo está muito parado. Aqui na Espanha, tivemos a sorte de manter uma certa dinâmica, mas no resto da Europa, em países como França, Alemanha ou Bélgica, a indústria está 'parada'. Mas, em geral, músicos e artistas trabalham muito, embora não haja concertos, continuamos a compor e a criar. Há muita vontade de sair e se conectar com o público.

P. O que veremos a seguir de você?

R. O show de San Javier será gravado e, se tudo correr bem, um álbum ao vivo será lançado no outono. A ideia é essa, mas não está totalmente clara. A primeira coisa, sem dúvida, é convidar as pessoas para virem aos shows. Queremos muito jogar e esperamos voltar. Iremos com baterias carregadas que já transmitem muito para o público.

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