Em meados deste ano, o Centro de Gastronomia Mediterrânica UA-Dénia (GASTERRA) lançou um convite à promoção de I+D+i na área da gastronomia, atribuindo dois deles a investigadores associados à Estação de Investigação de Montgó -Denia- UA. Agora, eles chegam à reta final.
Projetos
Na última década, a implantação de adegas submarinas experimentou um boom significativo, razão pela qual são necessários estudos científicos para estabelecer com rigor o efeito que os parâmetros físico-químicos têm no processo de maturação. O objetivo deste projeto é viabilizar (através da realização dos projetos e laudos técnicos necessários para gerenciar a concessão perante a administração competente para Costas) um espaço subaquático na costa Dianense como área experimental para o desenvolvimento de
diferentes provas de conceito e experimentos que possam testar adequadamente a influência que a maturação no mar tem nas propriedades organolépticas de diferentes alimentos, bem como estabelecer um ponto de experimentação para estudos de "biofouling" (acumulação de organismos vivos em uma superfície submersa) S
assentamento de espécies bentônicas e medição de diferentes variáveis oceanográficas como temperatura, salinidade, transparência, correntes ou altura de onda. Esses parâmetros serão monitorados usando perfis CTD (sigla para condutividade -salinidade-, temperatura e profundidade, em inglês), medidores de corrente e uma bóia oceanográfica.
Este projeto inclui ainda um teste piloto com 30 garrafas para determinar o efeito do ambiente marinho nas propriedades físico-químicas e sensoriais do vinho. No final de julho estas foram enchidas com vinho moscatel da adega Les Freses de Jesús Pobre e atualmente investigadores do Departamento de Agroquímica e Bioquímica da UA estão a analisar garrafas que já passaram dois meses submersas e os respetivos controlos na adega terrestre. O projeto piloto terminará quando as últimas garrafas (após seis meses na água) forem extraídas do fundo
marinho.
melhoria e sinergia.
Nos últimos cinco anos, tanto na Espanha como no mundo, foram realizados projetos para promover o setor gastronômico como um aliado fundamental para uma pesca responsável e sustentável ao longo do tempo. No entanto, para levar a cabo este tipo de iniciativa, é necessário primeiro ter um estudo científico básico para conhecer o estado atual da utilização dos recursos naturais (neste caso a pesca) e as exigências do
gastronomia na área de estudo. Estabelecendo sinergias com o projeto "Observatório Marinho Abrangente na costa da Marina Alta para a conservação da biodiversidade, observação das mudanças globais e promoção da economia azul" financiado pela chamada "Pense no azul" do Ministério da Inovação, Universidades e Ciência, os objetivos são:
Com base em levantamentos realizados em restaurantes da região, há uma demanda de pescado local que poderia ser atendida se as capturas fossem aumentadas, e para aumentar as capturas é necessário aumentar a área protegida (reservas pesqueiras) no litoral da região, idealmente atingindo 30%. Desta forma, em poucos anos (3-4 anos) a produção pesqueira costeira seria multiplicada por até 3 ou 4, e a quantidade de peixes dentro da reserva poderia ser multiplicada por até 10 - o que facilitaria o desenvolvimento do mergulho como uma atividade sustentável -, como já aconteceu em outras reservas do Mediterrâneo.
Sem dúvida, nas palavras do coordenador da Estação de Pesquisa Montgó-Dénia-UA, Dr. Cesar Bordehore Fontanet, a iniciativa da Câmara Municipal de Dénia e da UA é uma referência ainda internacional para a promoção da pesquisa aplicada município-universidade, em este caso no campo da gastronomia. E no caso dos dois projetos em que a Estação de Investigação Montgó-Dénia-UA participa, reforçam o compromisso da UA em aproximar a investigação do território (https://web.ua.es/es/sedes-aulas-y -estações.html).
A Estação Científica Montgó-Dénia-UA surgiu em 2016 por acordo entre diferentes entidades públicas, como a Universidade de Alicante, a Câmara Municipal de Dénia, a Organização Autónoma de Parques Nacionais e o Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural, Emergência Climática e Transição Ecológica.
Que coisas interessantes! E isso não se fala na rua (empresários) ou na Câmara Municipal? (talvez sim, mas é necessária mais difusão desse tipo de coisas interessantes)